segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ESPECIAL SALÃO DUAS RODAS

Pessoal, vou falar hoje a respeito das experiências que eu tive durante visita ao Salão Duas Rodas que rolou em SP. É que eu prefiro fazer aqui com vocês um tipo de bate-papo ao invés de uma matéria jornalística profissional. Assim a gente fica dentro do espírito irreverente e descontraído do programa. Vamos imaginar então que a gente tá num bar, ouvindo rock e tomando uma cerveja bem gelada pra animar as idéias.
Eu cheguei ao salão lá pelas duas horas. Era domingo, o ultimo dia. A escolha não foi das melhores. Mas não teve jeito, pois tive outros compromissos importantes. Sabe como é almoço de domingo na casa da mãe é sagrado. Ainda mais que fazia um tempão que a gente não se via.
La no Anhembi eu tava pensando como São Paulo é uma cidade em que tudo é grande. As avenidas, os prédios, os congestionamentos e a grana. A verdade é que em Sampa ninguém faz nada pequeno. Quem conhece o Anhembi sabe do que eu to falando. Foi um custo pra estacionar. Mas ir de metrô ou de ônibus ia ser complicado porque chovia muito.
Apesar da massa de gente que queria entrar, não tinha fila pra comprar ingressos nem pra passar nas roletas que davam acesso ao evento.
O salão tava lotado, mas não tinha empurra-empurra ou gente pisando no meu pé. Afinal de contas, o espaço do Anhembi é enorme e os stands também. E o barulho então. Era uma confusão de música, motores roncando, locutores gritando marcas e produtos, karaokê, esportiva cortando giro, banda de rock, dançarinas e apresentação de tambores japoneses. Só não tinha lava moto, mas aí também ia ser demais da conta.
Imaginem só o Gilsão ali feito criança chegando à Disneylândia. Resolvi ir com calma, como quem come uma sopa muito quente, ou seja, pelas bordas. Logo de cara dei com uma fileira de stands tão pequenos que pareciam barracas de camelôs. E pareciam camelôs mesmo. É que quase todas as tais “barraquinhas” eram de empresas chinesas, coreanas, taiwanesas e sabe lá o que mais naquela turma de olhos puxadinhos e nomes esquisitos.
Ai eu pensei: putz será que agora eles tão nos invadindo de vez?
A verdade é que no salão, metade das marcas de motos era de origem chinesa ou de algum vizinho próximo da grande muralha. Apesar da qualidade duvidosa de algumas dessas motocas e que a gente chama no popular de “ching ling”, muitas são fabricadas por empresas sérias e que estão brigando por uma fatia do mercado. Isso espeta as grandes marcas japonesas, européias e americanas pelo traseiro, fazendo com que se mantenham qualidade e preços competitivos pra nós – apesar da fome do governo por impostos.
Chega de capitalismo e vamos voltar pro salão. O primeiro stand que me chamou à atenção foi o da Shineray. É que os caras pegaram três modelos da marca e fizeram uma pintura muito colorida e alegre. Numa delas o tanque parecia uma joaninha vermelha com pintas pretas. O maior barato. Foi então que eu conheci o Abenaildo, um pernambucano gente fina e que é gerente comercial da marca no Brasil. Ele me explicou que as motos foram pintadas especialmente pelo artista plástico Romero Brito e foram leiloadas na Daslu em SP para levantar fundos para o Projeto Velho Amigo que presta assistência a idosos.
Pô, isso dá no que pensar. Naquela confusão de marcas e modelos no salão, aquela era a única empresa que parecia demonstrar alguma preocupação com a responsabilidade social.
Voltei a perambular pela periferia do salão. Depois de um pit-stop no banheiro porque ninguém é de ferro, dou de cara com o stand da Zero Motorcycles – mais um stand com moto. Até aí nada de mais, só que as motos que estavam ali eram todas elétricas. Até aí nada de mais também.
Nesses tempos em que tá todo mundo falando em emissões de CO2 a ponto de ter motociclista querendo plantar uma árvore a cada viagem que faz, para reduzir sua cota de culpa no aquecimento global; ter uma moto elétrica até que faz sentido. Só que, ao invés daquelas motos serem apenas brinquedinhos que rodam por aí e que se parecem mais com o cruzamento entre uma mobylete e um cortador de grama a pilha; as máquinas da Zero Motorcycles possuem um design irado e com forte apelo para o fora de estrada.
Depois de uma conversa com o Maurício Almeida, consultor de vendas da marca, descobri algumas coisas bem interessantes. As motocicletas são fabricadas na Califórnia. A marca é representada aqui no Brasil pelo grupo Izzo. Bom, eu não vou me alongar aqui. É que essa proposta de motos elétricas me parece tão interessante que vou fazer um programa só sobre elas ainda nessa semana.
Depois de circular entre outros stands menos interessantes, resolvi cair pro miolo do salão onde, naquela altura dos acontecimentos a farra corria solta.
A primeira parada entre as grandes foi no stand da BMW. Apesar de ocupar um stand pequeno pros padrões do salão, a BM trouxe alguns modelos de peso. Lá estavam os principais lançamentos da marca pra 2012. Os destaques ficaram por conta da K1600 GT, da R1200R Classic, e da G650GS SERTÃO. Essa por sinal ainda está sendo produzida na Alemanha, mas logo vai ser montada no Brasil. Agora engraçado mesmo deve ser ouvir alemão pronunciando sertão. Piada à parte, a gente tem de tirar o capacete pra turma lá da Bavária. Eles estão lançando modelos novos quase que simultaneamente na Europa e no Brasil. Além disso, o Brasil possui a única montadora da BMW fora da Alemanha e que produz três modelos que estão sacudindo o mercado brasileiro. Esses foram a G650GS, a F800R e agora a F800GS. Isso sem falar na importação da K1600GT que dá um banho de tecnologia e acabou pisando nos calos da Honda Godlwing. Foi então que, depois desse “barata voa”, finalmente as grandes montadoras japonesas gritaram Banzai e trouxeram pro Brazil motos equivalentes as da BMW e que já existiam lá fora faz tempo. É claro que com os mercados norte americano e europeu indo ladeira a baixo, o Brasil ficou mais interessante pra eles venderem outras coisas além do sushi e do sashimi básico produzidos em Manaus faz tempo.
Falando em marcas japonesas, a minha próxima parada foi na Suzuki. A marca tinha um stand grande e com muitos modelos devidamente aparafusados no chão. É que lá estava acontecendo uma tremenda muvuca com um senta e levanta do povo em cima das motos pra tirar fotos.
Os lançamentos não foram muitos, mas a marca de Hamamatsu, representada no Brasil pela J. Toledo, mostrou pinturas e grafismos novos. O destaque ficou por conta de uma Hayabusa irada pintada em azul metálico. Parece que a Suzuki fez só um face lifting em alguns de seus modelos pra 2012 e não mostrou nenhuma novidade importante. Pra minha decepção, não foi dessa vez que a J Toledo trouxe para o Brasil a VSTROM 650 com ABS. Não dá pra entender, a V650 é um grande máquina, mas é uma tremenda pisada de bola da Suzuki em não oferecer um modelo com ABS pra gente. Depois não venham reclamar que tão perdendo mercado.
Segui em frente para o Stand da Yamaha e esse era um dos mais incríveis do salão. Pra início de conversa, a proposta da montadora era apresentar o “Mundo Yamaha”, que utilizava a interatividade para exemplificar o poder de transformação da motocicleta na vida das pessoas por meio de sua agilidade e economia. Isso é o que dizia o press release deles.
Na verdade aquele foi o grito mais alto de Banzai que eu ouvi em todo o salão. Eles criaram um grande festival de cores e sons incríveis e que ecoava em todo espaço do Anhembi. Quando eu cheguei lá, estava acontecendo uma apresentação de tambores japoneses conhecidos como Taiko. Eram tambores pequenos, médios e grandes espalhados por todo o stand e tocados com tal habilidade que, em conjunto, pareciam com o ronco do motor de uma R1. Era de arrepiar os cabelos da alma. Quem quiser conferir a batida, é só caçar no youtube.
O principal destaque no stand da Yamaha era a tão esperada XT660Z Teneré que finalmente vai ser vendida no Brasil a partir do mês que vem. A família Teneré agora está completa e com pintura igual pra todas. Um azul metálico lindo, de fazer marmanjo chorar de emoção. A Xtesudissima estava no meio do stand, aboletada no alto de um morro cheio de pedras, terra e mato, o que reforçava a imagem de uma moto feita pra encarar qualquer terreno do planeta. Vamos ver agora é se ela vai honrar a tradição daquelas Tenerés fantásticas que foram sonho de consumo de muita gente nos anos 1990 e que desapareceram de maneira tão misteriosa.
Outro destaque no stand da Yamaha era uma R1 pintada de vermelho e com grafismos diabólicos que fizeram sucesso entre a rapaziada. Além das Tenerés a Yamaha trouxe especialmente pro salão as “animalescas” V-Max 1700, a naked FZ8 e a superesportiva YZF-R6. Já na linha mais calminha e urbana tinha os scooters X-Max e T-Max, este último em sua versão com sistema de freios ABS. E pra comemorar os cinqüenta anos da montadora em competições, foram criadas edições especiais de pintura e grafismos nas YZF-R1, XJ6F e XJ6N, Fazer YS250, Factor YBR 125 e T115 Crypton.
E a Yamaha pensou em tudo. É que pra alegria geral da mulherada, eles ofereceram uma sala exclusiva, batizada de “espaço mulher” onde as meninas eram convenientemente distraídas com um serviço cinco estrelas de manicure e shiatsu. Graças a isso, a rapaziada podia curtir sossegado as estrelas do salão.
Depois da farra na Yamaha cheguei ao maior stand da feira que era o da Honda. Ali, esbanjando, sobriedade e muita tecnologia, a marca comemorava 40 anos de Brasil. E eles comemoravam em grande estilo naquilo que os produtos japoneses tem de melhor. Qualidade e tecnologia. No centro, numa plataforma giratória, estava a moto conceitual Honda V4, cujo design futurista serviu de base para a VFR1200. E isso fez dela a grande vencedora na categoria moto do ano pela conceituadíssima revista Duas Rodas.
Em mais de 2.000 m2 estavam combinados a interatividade, tecnologia e inovação presentes em cada um dos produtos exposto. Os destaques ficaram por conta a RC 212V, modelo utilizado no Mundial de Moto GP; e a CBR 250R, lançada recentemente no mercado internacional; a CB 1000R, uma big naked irada com desempenho e potência semelhante aos modelos Super Sport; a CBR 600F, e a linha 2012 da CB 600F Hornet, com visual renovado. Ainda em comemoração aos 40 anos de existência no Brasil, a Honda desenvolveu uma edição especial da CB 300R na cor branca e com grafismos exclusivos.
E as atrações da Honda não se restringiram as motocicletas, havia também um espaço onde era possível gravar um vídeo ao lado da RC 212V. Em outra parte, os visitantes tiravam fotos que eram exibidas no estande da Honda e em tempo real na internet. Para as crianças havia o Espaço Kids com distribuição de gibis e jogos de vídeo game.
Uma área externa, com 1.500m2, foi destinada para o Centro de Pilotagem com Segurança e Test Ride. Assim, a rapaziada podia assistir às palestras ministradas pelos instrutores do Centro Educacional de Trânsito Honda (CETH), além de conhecer mais sobre o programa “Harmonia no Trânsito”, que visa orientar os motociclistas a pilotar com segurança.
Depois disso dei uma passada rápida pelos stands da Kawasaki e da KTM. A Kawa tinha os lançamentos básicos de 2011 com destaque para a Versis e para a Ninja Fittipaldi, assinada pelo bicampeão brasileiro de Formula 1.
A KTM, por sua vez, esbanjava charme com a sua linha de laranjinhas pequenas para trilhas e competições de MotoCross bem como as laranjonas feitas sob medida pra as grandes aventuras.
Eu tava com um pouco de pressa pois queria chegar ao stand mais animado do salão que era o da Harley Davidson. É que, depois de uma queda de braço com o grupo Izzo, a HD assumiu de vez sua marca aqui no Brazil. Sendo assim, esse foi o primeiro Salão Duas Rodas em que eles compareceram oficialmente. E a turma de Milwakee não poupou grana nem imaginação.
Os caras já vinha causando um rebuliço desde o sábado quando o salão foi aberto ao som dos motores da HD. É que membros do HOG - Harley Owners Group, saíram, de Santo Amaro, da Barra Funda e de Campinas às 10h da manhã rumo ao Salão Duas Rodas. Os bikers chegaram ao evento por volta das 11h e se reuniram no estacionamento do Pavilhão de Exposições do Anhembi. Imaginem só a zoeira
Depois de parar o trânsito nas imediações e apavorar geral, os HOGS desligaram suas motos e comportadamente foram conferir de perto as novidades do Salão Duas Rodas. É pessoal, já foi o tempo. O Steve Mc.Queen e o Marlon Brando devem estar orgulhosos.
O stand da Harley tava recheado com quase tudo que a marca produz. Entre as novidades mais importantes e que vão ser lançadas no Brasil estavam o Trike Tri Glide Ultra Classic, a Dyna Switchback e a V-Rod 10th Anniversary.
O Trike Tri Glide Ultra Classic, é um triciclo preparado para ser uma máquina Touring confortável. Ele tem o assento em dois níveis com encosto para as costas do passageiro, piloto automático, plataforma integral para apoio dos pés, porta-malas para dois capacetes e sistema de áudio Premium Harman-Kardon com alto-falantes para o passageiro. Um luxo que não deve sair barato, mas que vale a pena.
O Trike tem ainda rodas de sete raios estilizados feitas em alumínio e pintura especial em dois tons. O motor é um Twin Cam 103 de 1700 cc com câmbio de seis velocidades e marcha reversa eletrônica.
Já a motocicleta Dyna Switchback da Harley-Davidson é caracterizada pela versatilidade. Com saddlebags rígidos na cor da moto e pára-brisa montado no garfo, a Switchback é uma motocicleta Touring. Agora, tirando os saddlebags e o pára-brisa, que podem ser removidos sem precisar de ferramentas, a Switchback se torna uma street cruiser com um farol brilhante, rodas de alumínio de cinco raios e guidão estilo mini ape-hanger.
O modelo ainda é equipado com o imponente motor Twin Cam 96. Segundo a HD, a Switchback é a Touring mais leve na categoria acima de 1000cc, resultando em uma melhor ciclística e maior facilidade para manobras. Projetada para ter um apelo visual com ou sem as saddlebags, o estilo da Switchback evoca uma aparência clássica e limpa com linhas retas que vão desde seu tanque de combustível até o pára-lama traseiro. Para garantir conforto completo ao piloto, o modelo tem guidão estilo mini ape-hanger com raiser recuado, plataformas para apoio integral dos pés e assento estilo Touring de duas posições em peça única e com perfil frontal mais estreito o que proporciona mais facilidade para alcançar o solo.
Agora, a animalesca V-Rod 10th Anniversary é um verdadeiro tributo a V-Rod original. A pintura prata perolizada, segue a mesma tonalidade de toda a estrutura e é exclusiva na linha V-Rod. A moto é lotada de Cromados e superfícies polidas, bem ao gosto HD.
O modelo é equipado com a última versão do motor Revolution, com 1250cc distribuídos em dois cilindros em V, refrigeração líquida, DOHC, quatro válvulas por cilindro e injeção eletrônica de porta seqüencial. O powertrain é composto por embreagem Assist and Slip, transmissão de cinco marchas e correia de fibra de carbono de alta performance. Os pneus são Michelin Scorcher, sendo que o traseiro tem 240 mm de largura. Os freios são da marca Brembo de discos duplos frontais e equipados com ABS de série.
Como eu disse a Harley não poupou dinheiro nem imaginação. Além da loja com os produtos da marca e que tava com fila dando volta no quarteirão, eles montaram o Bar Harley. E aquele era uma bar em estilo americano típico, pra biker nenhum botar defeito, equipado com uma mesa de sinuca enorme e recheado com tudo o que existe de melhor a base de álcool. É desnecessário dizer que o bar era para uns poucos privilegiados. Só que no stand tinha pouca gente interessada em beber. O motivo eram cinco modelos gatíssimas vestindo fantasias bem curtinhas, daquelas de catálogo de sex shop. De tempos em tempos, as meninas faziam pose pra fotografia ao lado de uma Harley modelo Patrol ou então dançavam pro publico ao som de uma banda de rock que tocava ao vivo no teto do Stand. A babação era tanta, que teve muito marmanjo que saiu arrastado pela rádio-patroa sob pena de ir dormir no sofá.
Como faltava um pouco mais de uma hora pra fechar o salão e eu não tava a fim de enfrentar a muvuca da saída, mandei um beijinho pras meninas da HD e continuei a visita. Resolvi então cortar caminho pros acessórios
Outro lado que impressiona no Salão Duas Rodas é a quantidade de empresas que fabricam e vendem: acessórios, equipamentos, bugigangas e bijuterias pra motocicletas e seus donos.
Desde que o mundo é mundo o ser humano gosta de exclusividade e o motociclista não é exceção. Personalizar uma moto é uma coisa tão característica que existe uma palavra que veio do inglês que é a customização.  Pras nossas queridas companheiras de duas rodas o mercado anda recheado de acessórios, adereços e outros penduricalhos que fazem a festa da galera mais inspirada.
No salão as ofertas eram bem variadas. Tinham oficinas especializadas em transformar motos, custom ou não, em choppers exclusivas, algumas eram verdadeiras obras de arte do design. Tinham também empresas que fazem preparação de motos para corrida ou para longas viagens, vendendo e instalando suportes, proteções, baús e malas. Ou seja, transformando qualquer moto numa super-aventureira capaz de enfrentar todo tipo de estrada, de dia ou de noite e sob sol, chuva ou neve.
Outra presença marcante eram as lojas que vendem capacetes, roupas casuais, jaquetas, macacões e botas. Lá no salão se o sujeito entrasse pelado e com um saco de dinheiro dava pra sair completamente vestido e com uma moto totalmente equipada, direto para o Alaska ou Ushuaia.
Depois de quase quatro horas de andança eu resolvi bater em retirada.
Pessoal, me perdoem se eu deixei alguma coisa de fora. Além de tudo que eu falei, o salão ainda tinha marcas menos famosas mas muito bacanas, outros stands eram de fabricas de pneus, combustíveis, lubrificantes, patches, revistas especializadas, jornais, agencias de turismo, bancos, restaurantes, lanchonetes enfim, o salão era uma verdadeira cidade.
Antes de encerrar essa matéria eu queria destacar algumas coisas interessantes. Quem visitou o Salão Duas Rodas com certeza não viu apenas os lançamentos de empresas mais conhecidas como BMW, Honda, Yamaha e Kawasaki. A quantidade de marcas novas também impressionou. Segundo dados que eu colhi na internet. Com o mercado brasileiro aquecido, os fabricantes, em sua maioria de origem chinesa, usaram o evento como um “termômetro” para medir a aceitação de seus produtos pelo público brasileiro e captar parceiros com o objetivo de iniciar exportações para cá ou até mesmo montar fábricas.
É o caso de companhias como a Shineray; a Keeway, que pertence ao conglomerado chinês Qianjiang e que também proprietário da italiana Benelli; a indiana Hero, que atingiu a marca de 5,4 milhões de motocicletas vendidas na Índia entre os meses de abril de 2010 e março de 2011. Ou seja, apesar do governo e das tais agencias de classificação de risco dizerem por ai que ta tudo indo pro brejo, as empresas chinesas estão acreditando na gente e esses caras não brincam em serviço.
O Brasil é o quarto produtor mundial e um dos principais mercados do mundo, não só em consumo, mas também em escala de produção. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, em onze anos, a circulação de motos no país cresceu 336% . O Brasil tem em média uma motocicleta para cada 11,5 habitantes. Segundo Hércules Ricco, diretor da feira “O Brasil tem hoje uma frota de 17 milhões de motocicletas. O Salão Duas Rodas teve 445 expositores e dezenas de atrações para entretenimento dos visitantes”
Resultados positivos para comemorar não faltam. São dois milhões de novas motocicletas a circular todos os anos, 140 mil empregos diretos gerados e investimentos de R$ 4,5 bilhões nos últimos cinco anos. A previsão para este ano é que a produção cresça 12,5% e as vendas cresçam 10% em relação a 2010. Segundo a indústria, o aumento do poder aquisitivo das classes C e D e a facilidade de crédito foram decisivos para a explosão do consumo.
Outro aspecto que chamou a atenção foi o aumento da presença feminina no evento e a preocupação das empresas em agradá-las. Não é para menos, já que atualmente a mulherada responde por 25% do volume de vendas no mercado brasileiro de veículos duas rodas.
Uma pesquisa da Abraciclo mostra que a inserção no mercado de trabalho e a necessidade de um meio de locomoção ágil, rápido, econômico e confortável são os principais motivos para atrair este público.
Ao visitar as novidades expostas era possível encontrar uma infinidade de produtos concebidos para atender as características e o gosto feminino. Entre as atrações específicas estava o Espaço Mulher, criado pela Yamaha, com serviços de manicure e massagista. Além disso, roupas, capacetes e luvas com estampas, cores e modelagem femininas também inundaram os estandes.
Depois de toda essa papagaiada, pra finalizar. O que eu vi é que a maioria das pessoas saia do salão com um sorriso de orelha a orelha, inclusive eu. E essa era uma galera que não tá nem aí para números, volumes de venda ou produção. Ou mesmo se uma marca é mais competitiva que a outra. Pra nós motociclistas, o salão foi um verdadeiro parque de diversões com atrações para todo mundo. Homens mulheres, crianças e idosos. A acessibilidade era total e a organização idem. Pena que outro Salão Duas Rodas só vai acontecer em 2013. Mas a gente não precisa sofrer tanto assim. Ano que vem tem o Salão da Motocicleta. E com certeza esse evento vai pra minha agenda de 2012. Mas isso já é outra história... 

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